Deixo a paz a vocês; a minha paz dou a vocês. Não a dou como o mundo a dá – João 14.27a.
A paz que o mundo pode oferecer é aquela conquistada pela força e pelo poder. É a “paz” que cala, oprime e brutaliza; é a “Pax Romana”– conquistada pela violência e toda forma de abuso –; a “paz” de armas em punho.
Não é desta “paz” que Jesus nos fala e nos convida a testemunhar e a viver.
A Sua paz é martírio, é solidariedade, é amor; a Sua paz é desarmada do ódio, da intolerância e da indiferença; a Sua paz oferece as faces como testemunho de amor.
Há muitos discursos sobre a paz neste momento. Há muitas ações buscando “construir uma paz no mundo”, mas
uma paz verdadeira não virá sem uma ordem social, política e econômica que seja justa e solidária e denuncie a desigualdade entre as nações.
“A natureza do reino exige compromisso do novo homem e da nova mulher e sua sociedade, na direção da vida abundante da justiça e liberdade oferecidas por Cristo” (Plano para a Vida e a Missão).
A paz da qual falamos tem sua origem no shalom
(em hebraico שָׁלוֹם), que pode ser compreendida como a plena e absoluta harmonia, integridade, solidariedade, benignidade, saúde entre as pessoas e os povos. Não se trata da mera ausência de guerras e conflitos conquistados pela violência, mas da plenitude harmônica entre os povos e indivíduos.
O mundo não pode oferecer essa paz sem conexão com o evangelho, sem “os galhos ligados à videira, que é Jesus”.
Essa paz não se resume aos discursos e frases bonitas, mas se faz na ação e na reflexão; se faz na oração e nos gestos; se faz na vida e no testemunho do evangelho; se faz em plena conexão com Jesus e os valores do reino.
A natureza do discipulado pede compromisso com os valores do reino e um posicionamento crítico com os valores excludentes e autoritários presentes neste mundo.
Sem este compromisso com a vida humana e com toda a criação não há a promoção da paz que Cristo dá.
Assessoria de Direitos Humanos da 3ª Região Eclesiástica da Igreja Metodista