Quem passa pela rua principal do Jardim Leblon, em Suzano (SP), já não tem dúvidas: ali há uma igreja viva, presente e acolhedora. A Congregação Metodista em Jardim Leblon, há 19 anos naquele endereço, encontrou em sua própria fachada uma poderosa ferramenta de evangelização. O muro que antes passava despercebido por muitos agora carrega uma mensagem que salta aos olhos — e ao coração — de quem passa.
A transformação começou em 2023, com a chegada da pastora Ivanise de Oliveira Menezes. Movida por um desejo ardente de tornar a igreja visível para a comunidade ao redor, ela buscou direção em oração. “Fiquei bastante triste e desapontada ao ver que sequer éramos vistos como referência, mesmo sendo uma igreja de esquina na rua principal do bairro”, relata a pastora. A constatação foi um ponto de partida para algo novo.
A inspiração veio da Bíblia, em uma madrugada de clamor por respostas. O texto de Habacuque 2.2 — “Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler até quem correndo passa” — foi o estopim criativo para a mudança. Ao lado dessa visão, a pastora escolheu também o versículo de Mateus 11.28: “Vinde a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”, que hoje compõe o mural pintado por ela mesma na esquina da igreja.
“Eu mesma fiz esta arte no muro e mudei o visual externo da igreja pra algo mais moderno, dentro das nossas possibilidades. Várias pessoas ofertaram e contribuíram com esse projeto, inclusive de outras denominações”, conta. A imagem retrata mãos estendidas, abertas, como as de Cristo — uma arte simples, mas carregada de significado e esperança.
Desde então, a comunidade passou a se referir ao local como “a igreja das mãos”. Pessoas param na calçada para ler, se emocionam, fotografam. O que era apenas parede virou mensagem viva, uma espécie de púlpito urbano onde a Palavra é proclamada sem som, mas com cor, gesto e presença.
A iniciativa mostra que evangelizar também é mostrar-se disponível, visível, relevante para o bairro, ainda que por um traço de tinta e uma palavra de conforto. A igreja, antes pouco notada, agora é lembrada. E mais que isso: se tornou um símbolo de acolhimento, restauração e criatividade missionária.
A pastora Ivanise sonha em breve ver a congregação se tornar oficialmente igreja organizada. Até lá, segue pintando, acolhendo, orando e escrevendo — literalmente — a visão de Deus sobre os muros, para que todos, até os que passam correndo, possam ler e serem tocados.
Acontece na 3RE: pequenos gestos, grandes transformações.